Quanto as palavras.

É de tornar mais fácil sua vida: a descrição;
Embora eu seja franca o suficiente pra omitir palavras, vontades e sentimentos...
Se isso mostra fraqueza, eu vejo como um lado oportuno de obter mais coragem do que o normal.

É dito que para se descrever, é necessário substântivos que nomeiam os traços do que se é descrito. Adjetivos e/ou locuções que o caracterizem. Verbos de estado, que anulam minha noção de ação. Ou ainda, mais usado por mim nos ultimos relatos: Verbos geralmente no pretérito imperfeito do indicativo. Como quando "havia" felicidade, ou ainda quando "costumávamos" rir com coisas que só nós "entendiamos". Para complementar ainda há metáforas e comparações, mas isso não é só para descrições. Isso é para vida. Afinal eu não "havia" me assustado com "aquele som" quase "aterrorizantemente calmo" que só eu ouvia; Enquanto era você, tão forte, que mais "parecia feito de aço", pronto pra resistir tudo na vida, até a própria morte, que já não podia ouvir nada. Para finalizar uma descrição, deve-se existir elementos sensoriais soltos ou agrupados em sinestesia.
Mesmo eu, já tendo descrito tantas outras vezes. Não é de admirar que algo em tudo, eu pude aprender.
Era um dia "abafadiço e aborrecido", "cinza", com o um "ar de tristeza além da conta"...
E o resto é só uma invenção de um bom pensador.
Eu honesta, hoje, digo que não tenho mais escrito. E descrito coisas. Para eu mesma sofrer menos, tenho descrito cada dia menos, a mesma história. Se antes eu escrevia para registrar, hoje escrevi para tornar presente a ausência. Escrevi para me encontrar ou me perder de vez. Escrevi para sentir-me solitária, mesmo tendo pra mim no ápse de minha solidão, de que isso me faria uma compania.
Como parte de uma boa descrição, e eu como aluna esforçada e obediente, escrevi como treino, e para admirar a loucura de minha mais nova lucidez.